Era uma vez, uma menina que gostava de escrever...
Meu querido diário, hoje, quero lembrar os tempos de meninice e toda aquela dedicação que eu tinha para escrever diariamente em suas páginas enfeitadas, sobre a aula da escola, à tarde na casa da melhor amiga, a cartinha do menino que morava na outra rua... Naquele tempo, eu o fechava com o cadeado cor-de-rosa e o escondia dos meus irmãos debaixo das roupas dentro do armário, e somente as amiguinhas, tinham o privilégio de ouvir sobre as minhas pequenas aventuras infantis. Ainda guardo todas essas lembranças e os diários que escrevi, e, que, levava horas personalizando com recortes, adesivos e embrulhos de bombons.
O tempo passou rápido, mas essa prática de escrever sobre o cotidiano de maneira íntima e particular ainda perdura. Não são mais os caderninhos com páginas enfeitadas impressas, mas páginas eletrônicas: os blogs. O blog resgata esse hábito de escrever sobre os fatos do cotidiano e tem a mesma função de um diário, com algumas diferenças, o blog não guarda segredo, ao contrário, ele expõe os textos virtualmente e disponibiliza para toda a rede, ou seja, qualquer pessoa do mundo pode visitá-lo.
Na área em que atuo, o Jornalismo, o blog foi bem acolhido; pois se tornou mais uma ferramenta de informação. É possível encontrar facilmente weblogs de jornalistas conceituados e que se dedicam fielmente todos os dias à sua página pessoal. Lembro de um amigo dizer, que a melhor maneira de se sentir atualizado é acompanhando os blogs dos jornalistas, porque discutem os temas mais importantes e fazem críticas proveitosas. Porém, não podemos esquecer que os blogs são parciais, pois é o julgamento de uma pessoa, e se for a única fonte de pesquisa do navegador, ele estará fadado à restrição e a uma visão de mundo limitada. É claro que fica aquela dúvida: será que posso confiar nessa ou naquela informação? Você deve procurar blogs de jornalistas que já tenham uma grande produção e que tenham respaldo, mas você escolhe em quem confiar, afinal, convivemos com a liberdade de expressão (graças a Deus!) e você tem o livre-arbítrio para decidir sobre suas escolhas.
Acompanhado de orkut, fotolog, msn, etc, ter um blog atualmente significa fazer parte do mundo virtual, e consequentemente, colaborar para a história da cibercultura. O blog pode ser o que o seu autor quiser: uma página pessoal, de trabalho, especializada abordando um determinado tema, sobre poesias, sobre política, sobre moda. E as vantagens? No seu diário virtual você é ao mesmo tempo o escritor, o editor, o censor… e publica o que quiser, afinal, você é o comunicador e você criou sua página para informar ou para entreter. E você poderá publicar quando quiser ou puder, enviando seus textos de onde quer que esteja. Uma ferramenta que possibilita o “blogueiro” se deleitar e expressar a sua versão dos fatos, a sua opinião, bem como possibilita qualquer internauta comentar, discordar, lamentar, etc.
O que é válido nisso tudo – ao menos para mim – é o registro. Registrar, documentar de alguma forma, através de cartas, blogs, diários, fotos, desenhos... Registrar os melhores momentos, as idéias empolgantes, os diálogos, as mudanças, o tempo.
Um comentário:
Concordo. E digo mais se me permite: em verdade, para registro serve e vale o bloco de notas. O blog é para exposição. É a parede antes nua que se preenche com um pouquinho de bocado da gente, o quanto a gente quiser, o quanto a gente se permitir.
Fico feliz que permitimo-nos nos permitir.
Longa vida à exposição.
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