10 janeiro 2009

possuída

Possuída pelo medo e por incontáveis dúvidas.
Indignações.
Se pudesse fugir de si para não ter que enfrentar as próprias indagações.
Quais as conseqüências quando os atos vão além da imaginação?
Como se o que acontecesse
fosse pintura
desenho borrado
que se tornara uma linda obra com chamativos traços
[vermelhos] de prazer.
Certo dia diferente
que escapa às regras e aos limites e dá espaço para a libertação do desejo de ter posse sobre outro corpo – assim ardente como o seu.
Procura as palavras e o momento contagiante.
Os descontrolados corações [unidos]
trocas de expressões [desfiguradas]
cujos olhares respondem às perguntas que fazem os gestos
o cheiro dos corpos aquecidos
o suor
arrepio frio
coração a bater forte e tremer as mãos
que não se importam se estão pecando
nesse (in)esperado instante
que é seu é meu é nosso
e toda aquela sensibilidade
guardada
escondida
ser deliciosamente tocada.

Um comentário:

Déo Cardoso disse...

seu texto me encanta porque é sincero. gosto desse tipo de poema, quase desesperado, porém tão autoconfiante. deliciosamente escrito... poemas são gritos de algum lugar da alma...