03 setembro 2008

sem título

tudo pra mim
tudo por mim
tudo sou eu
tudo quero eu


(Eu juro, tentei não me expor desse modo, mas o desejo falou mais alto. E como mulher é um tanto mais sentimento que razão, permiti que a vontade usasse seu feitiço. Versos antigos e guardados com cuidado na caixinha de papéis, ainda não estão vencidos, ainda são testemunhas dos fatos.)

Um comentário:

raquelholanda disse...

"(...) Dói-me a vista mirá-lo como mirei, baixo o olhar a tempo de ver os últimos torvelinhos d'água que me envolvem os tornozelos, ensaio estar a descobrir algo e eis que o ego me sussurra com sutil voz feminina, tudo para mim, tudo quero eu. Finjo entender, volto, de novo n'água, até a cintura mergulhado, perpassa-me uma corrente quente, sinto. Entendo. Duas vezes entendo. (...) Eu nem o mar somos os mesmos - tudo pra mim, tudo por mim, tudo sou eu, tudo quero eu. (...)"

Ao th:

Eu, nem o mar somos os mesmos
pois que
tudo quero eu,
pra mim,
por mim,
tudo que já sou
e de mim já faz parte
desde que o dia nasceu feliz
e de fato eu conheci
o mar.

Não somos os mesmos, ‘estamos’ diversos, vários, múltiplos a cada dia, como a água corrente de um rio, que é aparentemente a mesma, mas que desliza sempre outra e deságua em ‘outrofim’.